Ontem, 28/12/2012, teve
lugar a Assembleia Municipal de Castro Daire cuja ordem de trabalhos
previa, entre outros assuntos, a discussão da reorganização dos
Serviços Municipais, do Orçamento e Plano de Atividades, da
alteração do Mapa de Pessoal, atribuição de despesas de
representação aos chefes de divisão, desafetação do domínio
público dos edifícios e terrenos anexos das Escolas Primárias de
Adenodeiro e Faifa.
Uma assembleia bastante
participada, como de resto têm sido, embora desta vez não tenha
havido qualquer intervenção por parte dos membros eleitos pelo PS,
fosse para defender, fosse para criticar as opções do executivo
evidenciadas nos documentos postos à apreciação e votação da
assembleia.
E, quanto ao primeiro
ponto, Reorganização dos Serviços Municipais, pretende o atual
executivo, nos termos da lei atual, criar um quadro com um Diretor de
Departamento municipal, embora com a explicação de que tal opção
será para manter mais uma Divisão do que as legalmente previstas,
mas a meu ver, ilegal, não satisfazendo o concelho de Castro Daire
os requisitos legais para o efeito, nem necessitando, também a meu
ver, o município de uma estrutura orgânica com tal cargo com custos
mais elevados do que um chefe de divisão, sendo que mesmo o volume
de trabalho autárquico, num município como o nosso, não justifica
sequer o número de chefes de divisão que tem, razões pelas quais
votei contra.
Posta à votação, foi
esta proposta aprovada com dois votos contra e seis abstenções.
Quanto ao orçamento e
grandes opções do plano, tal como referi no post anterior,
este ano com forte redução das receitas destinadas ao investimento,
mas prevendo algumas obras com custos extremamente elevados e com
utilidade muito duvidosa, situadas, ainda assim quase só na zona sul
do concelho, em freguesias com Juntas do PS, acabaram estes
documentos por ser também aprovados com três votos contra e dez
abstenções.
Quanto à alteração do
mapa do pessoal, prevendo a contratação em 2013 de mais trinta e
seis funcionários com vínculo definitivo, entre técnicos
superiores, em número de 13, encarregados, assistentes operacionais,
e outros, parece pretender o atual executivo transformar a autarquia
no centro de emprego local, sem qualquer explicação válida para o
efeito que não outra que tenha a ver com os votos que precisa
garantir nas eleições do próximo ano.
É que não se vislumbra
que a Câmara passe a executar outras atividades até hoje destinadas
aos privados.
Perante este cenário, de
todo incompreensível perante as leis aprovadas pelo governo no
sentido de reduzir a todo o custo o número de funcionários
públicos, parecia que outra opção não seria recomendável, senão
o voto contra.
Contudo, apenas três
votamos contra e outros dez se abstiveram, permitindo a aprovação
deste novo mapa de pessoal.
E, quanto à atribuição
de despesas de representação aos chefes de divisão, uma verba
mensal na ordem dos cento e noventa e quatro euros, apesar de não
terem os seus titulares como não têm tido, qualquer função de
representação do município, razão pela qual continuo a achar ser
uma verba indevida, sem razão de atribuição, posta à votação
esta proposta foi a mesma aprovada com dois votos contra e dez
abstenções.
Assim, bem parece que
Castro Daire não tem problemas de ordem financeira, o executivo
apenas não concretiza obra porque não quer, preferindo, por certo,
criar, talvez, algum exercito especial com funções verdadeiramente
ainda pouco esclarecidas, uma vez que, quinze dos novos
trabalhadores a recrutar se destinam à divisão de obras e ambiente,
futura divisão de gestão e administração do território.
É caso para dizer que se
for para procederem à limpeza e valorização de toda a zona
florestal do concelho, então, sejam bem vindos.
Por fim, quanto à
desafetação dos edifícios escolares, em virtude de algumas dúvidas
surgidas nas explicações dados sobre o assunto, foi esta proposta
aprovada mas com dois votos contra e sete abstenções.