Em processo de desagregação.
Por este andar, quando governar é só
cortar, cortar, cortar, depois de diversos apelos feitos a ouvidos
"moucos" que pelo esbanjamento ao longo de muitos anos não
deixaram alternativa, não será de espantar que a nova fase seja,
não só reduzir freguesias, mas sim, reduzir o número de concelhos.
Aí, não é só reduzir serviços, é
mesmo alterar por completo o modo de funcionamento de várias vilas,
senão mesmo cidades, do interior do país.
Aquilo que poderia parecer natural, a
criação de condições para permitir o retorno de muitas pessoas ao
interior, é completamente esmagado por esta máxima dogmática de
que os grandes centros é que concentram em si tudo e todos.
E, não havendo peso político no
interior, os serviços públicos tenderão a deixar de ser vistos
como necessários ou justificados, levando, por um lado, à
agregação e, por outro, em simultâneo, à decomposição.
E, é nessa encruzilhada, creio eu, que
este nosso concelho se encontra. Simultaneamente longe e perto de tudo, em
virtude da auto-estrada que o atravessa de norte a sul, posicionado
está para, pela via michelin, facilmente ser esquartejado em
pedaços.
E, o rio Paiva, até agora símbolo
local, depressa se transformará numa eventual fronteira entre dois
lados. Um, a norte, estendido até ao douro e outro, a sul, virado
para as terras de Viriato.
Não gosto da ideia, e até me podem
garantir que isto nunca acontecerá. Mas, a verdade, é que são já
populações integrantes deste concelho a demonstrar o seu interesse
em mudar de concelho como aconteceu com a freguesia de Cabril a
propósito da reforma tendente à redução e agregação de
freguesias.
Por isso, num mundo onde se afirma que
nada é para vigorar para sempre, de repente, o impensável acontece,
e o que era desaparece.
De resto, nos últimos tempos, que
vantagens tem vindo a proporcionar à sua população residente o facto de
Castro Daire ser concelho?
Quais os serviços públicos relevantes
que ainda resistentes não estão em risco de ser transferidos?
Com a chamada reforma administrativa
para as freguesias, feita a medo, sem um princípio orientador base
justificativo, não se permite a alteração de limites dessas mesmas
freguesias, o que é o mesmo que dizer não admitir a divisão de
freguesias atuais para a sua agregação, em partes, a mais do que
uma outra freguesia.
Facto este, à partida, a meu ver,
mutilador de uma verdadeira reforma e, muito mais ainda, quando
dissociada de uma reforma a nível municipal.
Mas, preciso é repensar no seu todo o
modo de funcionamento dos serviços públicos, quer a nível
nacional, quer a nível local, reduzindo burocracia inoperante, o que
se traduz em redução de cargos que apesar de bem remunerados, a sua
ação é mais obstrutiva do que auxiliar e permitir ao cidadão o
acesso à informação necessária sem grande escada com degraus
muitas vezes invisíveis que o faz tropeçar a cada momento.
A revolução tecnológica, mais do que
as vias rápidas transformadas em autoestradas, está aí.
Preciso é coloca-la ao serviço da
população permitindo o seu uso de forma eficiente no relacionamento
diário de cada cidadão com os serviços públicos e sociais a que
necessitar de recorrer.
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