No dia de hoje, 10/5/2012, foram publicadas no Diário da República duas recomendações da Assembleia da República ao Governo no sentido de promover a valorização da floresta e diminuir o risco de incêndio florestal.
Nesses textos pode ler-se ser intenção
da Assembleia da República, além de outros objectivos, que o
Governo:
"Reavalie
a estratégia para o aproveitamento da biomassa em Portugal, no
contexto da sua valorização energética como fonte de energia
renovável mediante a implementação de medidas que discriminem
positivamente os biocombustíveis sólidos (lenha, estilha, pellets e
resíduos florestais) e como contributo para a redução de
ocorrência de incêndios florestais, com vista ao desenvolvimento
de ações que envolvam as autarquias locais no processo de limpeza
das matas e florestas, promovendo o desenvolvimento económico e
social de zonas rurais".
"Proceda
à avaliação das condições de instalações de centros locais de
recolha e tratamento de biomassa florestal bem como a análise dos
meios técnicos e recursos financeiros necessários para potenciar a
exploração e recolha da biomassa florestal".
"Implemente
as diversas medidas de política florestal que propiciem a ação de
agrupamentos de produtores florestais".
"Dinamize
as zonas de intervenção florestal (ZIF) e incentive a criação de
novas, simplificando procedimentos e como forma de incentivar o
emparcelamento da propriedade florestal".
"Promova
a contratualização com as organizações de produtores florestais
(OPF) e as autarquias locais, no âmbito
das operações de limpeza das faixas de combustível previstas na
lei.
Bons
objectivos, mas, provavelmente, pouco passarão disso mesmo.
Certamente
que enquanto os resíduos florestais, sejam lenhas ou matos, não
forem valorizados não haverá acção significativa no sentido da
limpeza com remoção das áreas florestais.
E,
limpar sem remover não resolve o problema dos incêndios. E, por
muita justificação que se dê da necessidade de manter os resíduos
no local a fim de favorecer o crescimento das árvores, o que na
realidade se vê é que o que mais cresce são, exactamente, os
matos.
Promover
a atenção e a acção das autarquias locais para este campo de
actuação, creio poder traduzir um novo entendimento deste problema
obrigando, de facto, quem pode, a tomar medidas susceptíveis capazes
de favorecer as áreas florestais, uma vez que neste momento, sem
ZIFs ou outro tipo de organizações de produtores implantadas no
terreno, quem dispõe de meios técnicos e alguma capacidade
financeira para realização de acções práticas nesses espaços
são os municipios.
Promover o emparcelamento e com isso a rentabilidade dos espaços rurais terá de ser sempre o objectivo fianl a alcançar.
Por
ora, restar-nos-á aguardar por saber se o governo dá ouvidos à
Assembleia da República.
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