domingo, 23 de setembro de 2012

O Povo que pague a crise


Desde que os sinos tocaram a rebate, apenas temos assistido ao lançamento dos mesmos pregões: Os trabalhadores têm de pagar mais impostos e receber menos rendimento.
 
Já lá vão mais de dois anos e nem uma palavra foi dada sobre a necessidade de reduzir o número de cargos políticos, designadamente deputados, vereadores e assessores, sejam secretários, adjuntos ou outros tais.
 
A única medida a esse respeito lançada, ainda que de forma tímida, foi acabar com as mais pequenas dos mais pequenos: freguesias quase sem população.
 
Mas, mesmo a este nível, aguarda-se, com curiosidade, a sua concretização a fim de se saber o que na verdade tal anunciada reforma significará.
 
Contudo, esta crise resultou sobretudo das políticas implementadas pelos governantes que continuam a manter privilégios, regalias e rendimentos improdutivos que eles próprios, enquanto decisores atribuíram aos seus futuros ex cargos.
 
Porque há-de a máquina política e improdutiva continuar tão pesada quando se pretende confiscar tanto e cada vez mais rendimento aos que trabalham?
 
Porque há-de essa máquina ser constituída por aqueles que nem tão pouco são escolhidos pelos militantes ou simpatizantes dos partidos mas sim designados pelas cúpulas e lóbis que se mantêm colados sistematicamente aos partidos?
 
Estamos numa guerra desigual, num sistema político desvirtuado, numa democracia meramente formal a um pequeno passo de novas ditaduras.
 
O alheamento da população em relação à política continua a ser ambiente propício à degradação da qualidade governativa, ao experimentalismo empírico, à não responsabilização pessoal pelas decisões erradas, à alternância continuada.
 
Porque terão medo os dirigentes partidários da eleição uninominal?
 
Porque não hão ser os deputados e os presidentes das autarquias escolhidos livremente pelo eleitorado em vez de indicados por partidos?
 
Traria isso dificuldades à governação?
 
Certamente que não. Nem sequer seriamos originais, uma vez que já muitos países europeus utilizam esse sistema de eleição.
 
Não é o presidente da república eleito sem ser escolhido previamente por um partido?
 
Quando tocarão os sinos a rebate para alterar este modo de coisas?

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