domingo, 10 de janeiro de 2010

JANEIRO BRANCO

Neve, simplesmente neve.

Neste começo de 2010, tradicionalmente mês de frio e de geada, hoje foi também dia de neve.

Neve solta trazida à velocidade do vento vindo do norte. Neve que foi ficando ao cair no chão seco pelo frio da noite.
E, depois do vento cansar, ela foi-se deixando cair mais sossegadamente, uma sobre a outra, como que dormindo no silencio de um dia cinzento.

E, mais uma vez, muitos foram aqueles que, depois disso, ficaram também parados nos diversos itinerários rodoviários do país. Não foi preciso que estivessem vários dias a nevar. Bastou algumas horas e já não havia estrada que aguentasse, fosse auto-estrada, fosse IP, fosse nacional ou municipal.

Apesar disso, continuam a chegar notícias de enormes e continuados nevões em vários países europeus, com neve aos montes por todo o lado, e as pessoas, ainda assim, com muitas dificuldades, a movimentarem-se de uns lados para os outros.
Mas, quando o país se volta para grandes investimentos novos sobre a mobilidade das pessoas, não procura, nomeadamente através da estrutura orgânica designada de Protecção Civil, apetrechar-se de meios capazes de tornarem viáveis, nestas circunstâncias, as infra-estruturas que já possui?
Porque não investe um pouco em máquinas adequadas a servir de limpa neves nestas ocasiões?
Será um desperdício de dinheiro público apetrechar estes serviços com esse tipo de equipamento quando, ano após ano, temos nevões maiores ou menores, com corte de transito e pessoas paradas em filas de transito sem saída horas e horas a fio?
Não haverá carros que apesar de preparados para outras emergências, designadamente incêndios, possuídos, designadamente, por diversas Corporações de Bombeiros, pudessem servir nestes dias para desviar a neve se quando fabricados neles fosse incorporada capacidade para uso desse equipamento?
Não terão as autarquias também equipamentos facilmente adaptáveis a este fim?
Afinal, o que é que causa maiores prejuízos ao país? Adquirir equipamento versátil e adaptável a várias funções ou ficar parado em virtude da falta desse equipamento?
Provavelmente, dirão alguns, isto acontece porque é no interior que frequentemente neva, longe dos centros de decisão e não em Lisboa.
Eu diria, à semelhança do que também é possível dizer-se sobre outros temas, que o que na verdade faz falta é organização.
Organização de meios humanos e organização de meios materiais.
Não basta, é certo, querer ter atribuições e competências. É preciso ter capacidade financeira para desenvolver essas competências.
Organize-se, definam-se atribuições, desse-lhes os recursos necessários.
Creio não ser necessário para isso regionalizar.
Preciso é, sem dúvida, organizar e adquirir o que mais útil for à população.

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