quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ainda sobre a política do encerramento

Se encerrar traduzir reorganizar, não valerá a pena mais qualquer conversa.
A propósito do último encerramento anunciado para Castro Daire - o Tribunal - referi neste espaço que havia enviado a minha opinião à Srª Ministra da Justiça e aos Grupos Parlamentares.
Até ao momento, recebi como resposta, por parte do GP do CDS que o texto seria encaminhado para os deputados que integram a Comissão Parlamentar dos assuntos constitucionais, direitos, liberdades e garantias, e por parte do Gabinete da Srª Ministra da Justiça no sentido do texto ser objecto da melhor atenção.
Este assunto, como foi público, por iniciativa de alguns castrenses, foi capaz de mobilizar muitos mais para uma grande manifestação pública contra semelhante propósito.
Contudo, alguns castrenses parece terem ficado demasiado incomodados por tais iniciativas, mais parecendo que apenas não organizaram uma contra manifestação por não quererem andar na rua com a sua bandeira em apoio do governo, uma vez que este não é da mesma cor.
Fiquei convicto de que o fariam se as circunstâncias fossem outras.

É, sem dúvida, motivo de reflexão, senão mesmo de justificação para o que tem acontecido a esta triste terra que vê, de cada vez, a saída de um ou outro serviço público em deslocação para a sede de concelho vizinho, mesmo que os argumentos usados para isso sejam, não em favor da saída, mas sim em favor da manutenção e do recebimento de utentes de outras localidades.
Parece que neste concelho muita gente tem vontade de partir, de ir fora, de comprar fora, de valorizar o que é de fora, mesmo que muitos que por cá continuam não possam sequer pensar em gastar o pouco que possuem em transportes e deslocações a essas localidades para onde os Srs de régua e esquadro nos querem mandar.
No entanto, se olharmos à nossa volta, mais perto ou mais longe, muitos são os que manifestam a sua indignação nas ruas por medidas que agora, depois de décadas de erros, estão a ser implementadas em diversos países.
Aliás, se bem observarmos, em alguns países (Itália e Grécia), ainda que só temporariamente, já não são sequer "governos" eleitos que estão a gerir os destinos desses povos, mas sim técnicos escolhidos, não pelo voto, mas sim pela sua reconhecida competência.
Sinais para nos fazerem reflectir sobre os próprios sistemas políticos que vão vigorando nos países europeus e ditos democráticos.

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