sexta-feira, 4 de março de 2011

Um país em apuros

Apesar de não ser surpresa nenhuma, não deixa de ser sintomático ter sido esta frase proferida agora por quem há cerca de meia dúzia de anos abriu a porta de S. Bento ao Partido Socialista.

Estando ele em Belém, com o PS em S. Bento este país seria outro, baniam-se as trapalhadas de então, dava-se credibilidade à nação, formava-se o exército boy, e tudo correria sobre rosas.

O foguetório foi estrondoso, de facto, mas as canas afiadas e as barracas a desmoronar, somos nós que as apanhamos.

Um país em apuros! Que diria se fossem outros a governar o país estes últimos seis anos?

Um país de tanga? Seria plágio.

Como podemos ter ouvido estes anos todos os governantes afirmar constantemente que vamos no bom caminho, que estamos a crescer, que estamos a adoptar as medidas correctas e, depois, quando se confirma ser tudo isso uma tanga ninguém se demite, ninguém é demitido, mas, antes pelo contrário, todos se agarram ao poder como ventosas na mais polida superfície.

Tal como muitos fazem toar bem longe, certamente que é momento de uma nova geração com um ideal alternativo se impor em face deste beco sem saída onde a classe politica conduziu o país, provocando a degradação contínua do emprego e das condições de vida em geral, mas permitindo a formação de feudos em que alguns se tornam à custa de todos.

Um novo ideal, sem dúvida alguma que se impõe, promovendo outro tipo de politicas, outro tipo de valores, outro tipo de responsabilidades, sob pena de, a muito curto prazo, esta civilização submergir em face de outras culturas com outra atitude, com outras capacidades, com outros objectivos.

Portugal recebeu rendimentos para nada fazer, continua a distribuir rendimentos para muitos nada fazerem, embora exigindo demais, brutalmente demais, a outros que se disponibilizam para trabalhar.

Não pode ser. Este ciclo politico só vingará enquanto a manta da distribuição for suficientemente abrangente para se autosustentar.

Mas, onde não há produção, não há criação de riqueza e os estrangeiros não estão sempre disponíveis para sustentar maus hábitos, como disso todos nós já nos apercebemos.

E, se está o país em apuros, porque não pedimos responsabilidades a quem a isso o conduziu?

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