domingo, 13 de março de 2011

Até quando?

Costuma o povo dizer que pela boca morre o peixe.

É sabedoria pura, de experiência feita, de reflexão madura.

Quando aqui há uns anos começamos a ouvir, eufóricos, alguns políticos dizerem que quem estava no governo apenas fazia trapalhada, que não governava, que ora dizia isto ora dizia aquilo, é caso para perguntar: E agora?

Trapalhada, dizem os dicionários, é sinónimo de “mistura de coisas variadas”, “situação confusa”, “atabalhoada”, “barafunda”, “baralhada”, “desordem”, “balbúrdia”, “enredo”, “tumulto”, etc.

Esta semana terá sido também para o povo português mais uma semana de confusão, de barafunda, de desordem de sentimentos, de incerteza, de angústia, de envolvimento num enredo de onde já não sabe sair.

Contudo, os fabricantes deste enredo continuam de ar sério, mesmo desdizendo-se a todo o momento, apelando aos sacrifícios, mesmo que só os apliquem aos mais fracos.

Isto não é governar de forma atabalhoada, nem atamancada.
Não, isto é uma forma típica de governação para a qual o povo português paga, entregando o seu tributo, e pela qual vai ter de pagar por mais largos anos para remissão dos seus pecados por se dar ao luxo de ir no canto do rouxinol quando das eleições.

De facto, em campanha eleitoral, tudo é música. São vozes afinadas, coros bem treinados, melodias interpretadas na perfeição.

E, se “não é só de pão que vive o homem”, certamente que não fora só para ouvir música que mais uma multidão de jovens desceu a Av. da Liberdade ou encheu outras ruas e praças das nossas cidades.

Até quando continuaremos neste “sacode, leva e foge” fazendo deste país algo de insustentável, à mercê dos outros, onde parece que quem tem um olho é rei.

Será problema do lugar ou de quem nele mora?

Creio que já nem a história nos safará.

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