Para onde vamos?
Escolher competência
para governar, já sabemos ser mais difícil fazê-lo do que se
esperava.
Muitos dizem ser um dos
preços a pagar pelo regime democrático que temos.
Eu creio que está a ser
um preço demasiado alto que começa perigosamente a poder ser visto
como algo injustificável, suscetível de provocar efeitos
indesejados por todos.
Nesta altura fala-se das
medidas contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2014,
esquecendo outras igualmente gravosas que foram sendo publicadas ao
longo do ano e que a curto prazo terão efeitos significativos nos
orçamentos familiares.
Refiro-me, por exemplo, ao
Decreto Lei 118/2013 de 20 de Agosto sobre a necessidade de avaliação
do desempenho energético dos edificios.
Ora, como se não
bastasse já o brutal aumento do IMI (imposto sobre imóveis), também
as medidas previstas neste diploma legal não passam de mais um
encargo significativo sobre os proprietários, encarados pelo governo
como presumíveis detentores de património a que pode recorrer para
fazer face ao desperdício da má governação que temos vindo a
sofrer ao longo dos anos.
Um dia destes, tal como
acontece hoje com os terrenos de mato, alguns proprietários poderão
ver na destuição dos prédios menos prejuízo do que na sua
manutenção.
É a inversão total do
respeito pelo direito de propriedade privada, à semelhança, aliás,
do que acontece com muitos outros direitos.
Contudo, não vimos ainda
por parte da classe politica governativa, ou se quiserem,
parlamentar, em vez de a todo o momento correrem para os diretos
televisivos, se apressarem a legislar no corte indispensável fazer
no número de deputados, no número de acessores políticos, no número de
vereadores nas câmaras municipais, e noutros cargos políticos do
desconhecimento da população em geral.
Ora, se há algo
dispensável neste país nesta altura são lugares e cargos políticos que
nada acrescentam ao rendimento nacional, mas a ele retiram verbas
necessárias para pagamentos de serviços úteis.
Fala-se em democracia
para tudo e para nada, fala-se em referendos para isto e para aquilo.
Mas, se se fizesse um
referendo, por exemplo, no sentido de se votar a redução de um
vereador municipal, ou de um deputado, a troco da redução do IMI, alguém terá dúvidas
do resultado?
Hoje, sob a capa das
diretivas comunitárias e das decisões da Troika tudo se faz. O bem
e o mal, esquecendo-se, quem governa, de procurar perceber primeiro a sua
aceitabilidade no país.
Que o governo de Lisboa
quer acabar com o povoamento do interior do país já se percebeu há
muito.
Temo é que os erros
estejam a ser por demais e que o caminho de regresso fique cada vez
mais longe.
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