quinta-feira, 17 de outubro de 2013

No desnorte


Para onde vamos?

Escolher competência para governar, já sabemos ser mais difícil fazê-lo do que se esperava.

Muitos dizem ser um dos preços a pagar pelo regime democrático que temos.

Eu creio que está a ser um preço demasiado alto que começa perigosamente a poder ser visto como algo injustificável, suscetível de provocar efeitos indesejados por todos.

Nesta altura fala-se das medidas contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2014, esquecendo outras igualmente gravosas que foram sendo publicadas ao longo do ano e que a curto prazo terão efeitos significativos nos orçamentos familiares.

Refiro-me, por exemplo, ao Decreto Lei 118/2013 de 20 de Agosto sobre a necessidade de avaliação do desempenho energético dos edificios.

Ora, como se não bastasse já o brutal aumento do IMI (imposto sobre imóveis), também as medidas previstas neste diploma legal não passam de mais um encargo significativo sobre os proprietários, encarados pelo governo como presumíveis detentores de património a que pode recorrer para fazer face ao desperdício da má governação que temos vindo a sofrer ao longo dos anos.

Um dia destes, tal como acontece hoje com os terrenos de mato, alguns proprietários poderão ver na destuição dos prédios menos prejuízo do que na sua manutenção.

É a inversão total do respeito pelo direito de propriedade privada, à semelhança, aliás, do que acontece com muitos outros direitos.

Contudo, não vimos ainda por parte da classe politica governativa, ou se quiserem, parlamentar, em vez de a todo o momento correrem para os diretos televisivos, se apressarem a legislar no corte indispensável fazer no número de deputados, no número de acessores políticos, no número de vereadores nas câmaras municipais, e noutros cargos políticos do desconhecimento da população em geral.

Ora, se há algo dispensável neste país nesta altura são lugares e cargos políticos que nada acrescentam ao rendimento nacional, mas a ele retiram verbas necessárias para pagamentos de serviços úteis.

Fala-se em democracia para tudo e para nada, fala-se em referendos para isto e para aquilo.

Mas, se se fizesse um referendo, por exemplo, no sentido de se votar a redução de um vereador municipal, ou de um deputado, a troco da redução do IMI, alguém terá dúvidas do resultado?

Hoje, sob a capa das diretivas comunitárias e das decisões da Troika tudo se faz. O bem e o mal, esquecendo-se, quem governa, de procurar perceber primeiro a sua aceitabilidade no país.

Que o governo de Lisboa quer acabar com o povoamento do interior do país já se percebeu há muito.

Temo é que os erros estejam a ser por demais e que o caminho de regresso fique cada vez mais longe.

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