segunda-feira, 30 de setembro de 2013

No dia seguinte


Todos somos poucos

Dizia-me a experiência que mesmo todos seriamos poucos para em termos políticos partidários podermos vencer este populismo que avassaladoramente se instalara no município de Castro Daire.

Contudo, desde há cerca de meia dúzia de anos que no seio do PSD assistimos exatamente ao contrario. À procura da divisão dentro do partido para reinar no suposto de que o eleitorado castrense seria sempre o mesmo.

Puro engano.

Não só porque aqueles que tradicionalmente votavam nesta bandeira partidária foram desaparecendo, assim como o trabalho partidário junto dos mais novos foi cada vez mais esquecido, acrescendo ainda a tudo isso a forte crise que levando muitas pessoas a perder os seus postos de trabalho e rendimentos ficaram cada vez mais vulneráveis e suscetíveis de influência por quem usa todos os argumentos para atingir os seus objetivos políticos.

A par de tudo isso, desde há vários anos que no PSD em Castro Daire se deixou de traçar objetivos coletivos. As reuniões plenárias deixaram de acontecer, a experiência política passou a ser olhada de soslaio e da renovação que deve estar sempre presente passou-se para a substituição pura e simples.

Correram mal estas eleições ao PSD local, seja a que nível for a análise que se pode fazer dos resultados obtidos.

Perderam-se muitos votos, em número superior àquele que há quatro anos votaram na lista de independentes.

O número global de eleitores que votaram foi inferior ao de há quatro anos, mas proporcionalmente, a votação para a Câmara no PSD ficou aquém dessa proporcionalidade em mais de quatrocentos votos.

E, a somar a tudo isso, nem sequer os votos no PSD de há quatro anos foram para o CDS, uma vez que este partido acabou também por perder cerca de duzentos e cinquenta votos para o executivo municipal em relação às últimas eleições.

E, não sendo decisivo, a verdade é que não deixa de ser notória a diferença no que respeita à Assembleia Municipal.

Para este órgão houve mais 245 votos no PSD, assim como também houve mais votos para o CDS.

Para este órgão, fazendo uma análise proporcional em relação aos votantes e às últimas eleições o PSD apenas ficou aquém dessa linha proporcional em cerca de duzentos e trinta votos.

Se ao lado desta variação colocarmos também o aumento significativo dos votos nulos e brancos (em maior número até na votação para a Assembleia Municipal), mais 123 votos nessas circunstâncias para a Câmara, atingindo 462 votos, e mais 134 votos para a Assembleia Municipal, atingindo os 537 votos, há, certamente, leituras a fazer.

Razões que, forçosamente, nos levam a concluir, por um lado, a existência de um número significativo de eleitores que não se reviu nas listas apresentadas pelos partidos, ou que não têm uma preferência pré definida, sendo suscetível de fazer opções em conformidade com as circunstâncias do momento e, por outro lado, que as opções do partido socialista na feitura das suas listas foram opções inteligentes, pelo menos comparativamente, capazes de convencerem a grande maioria do eleitorado local.

Nessa medida, há que lhe reconhecer o mérito de ter convencido um grande número de eleitores, já não só idosos (pois também neste setor muitos dos que há quatro anos terão votado PS já poderão ter falecido), mas também jovens eleitores e, sem dúvida alguma, muitos eleitores que terão votado PS pela primeira vez.

Estando, sem dúvida, nessa medida, de parabéns.

Agora, resta-nos esperar que esta maioria saiba ser capaz de gerir com igualdade as diversas necessidades do concelho, sejam elas territoriais, sejam elas de ordem social.

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