domingo, 13 de janeiro de 2013

Um conto repetido ...


Analisando os dados da evolução económica do país e os alegados estudos feitos por estrangeiros sobre a forma de resolvermos o sarilho em que estamos metidos, já que parece não termos cá dentro sequer quem faça essa avaliação e proponha soluções, é caso para dizer que fomos uma vez mais no canto da sereia...

Isto apesar de termos na memória, ou não fosse uma figura bem lembrada na infância escolar de cada um, aquela personagem do Velho do Restelo que, contrariando as tendências, a cada momento procurava chamar à razão aqueles que lhe parecia não seguirem o melhor caminho.

Mas, como entendemos que somos sempre capazes de fazer melhor, eis-nos a pedir pão e conselhos aos outros, àqueles que nos acenaram com verbas e mais verbas para fazermos obras e mais obras, tanto maiores quanto melhor!

Seria caso para perguntar até quando? Quando é que este "povo" deixa de ir na onda de fazer crer que tem o que não tem?

Sabemos bem, bastando recordar, que muitos foram os que se perguntavam como era possível continuar de forma ininterrupta este ciclo de gastar mais, sempre mais, do que aquilo que se produz.

Mas será legítimo agora imporem-nos os juros que estão a impor para podermos pagar o que pedimos?

Não estamos a financiar com todo o nosso esforço programas traçados por grandes investidores para fazer exatamente com que isto aconteça?

Parece que os governantes europeus têm querido o melhor de dois mundos, acabando, desonradamente, por cair no pior deles.

Sufocam o esforçado trabalhador e empresário nacional, mas abrem as portas à produção escrava estrangeira e depois declaram-se surpreendidos com o desemprego nacional.

Perante este estado de coisas, em que creio ninguém saber ao certo a evolução mais próxima, bem seria que todos tentasse-mos definir um objetivo comum e um caminho acessível também a todos.

Não me parece que seja esse o rumo do país.

Todos têm, sempre que chegam ao poder, a varinha mágica de fazer bem ao povo. Parece é que não a sabem usar e quando começam a fazer oscilações com a mesma acabam sempre por obter efeitos contrários aos pretendidos!

Por ora temos vendido alguns ativos, daqui a uns dias teremos vendido já todas as grandes obras feitas (talvez já nem faltem muitas) e continuaremos mais endividados do que nunca!

É, realmente, caso para perguntar que raio de estratégia foi esta traçada para este pobre país!

Se se distribui muito, mais do que se tem, chega-se a uma situação de banca rota! Se se corta tudo, se se exige mais do que o razoável a cada um, nada se produz e chega-se a uma situação de banca rota!

Não me parece que os compromissos não sejam para cumprir. Mas teremos de cumprir todos os compromissos mesmo quando são manifestamente desproporcionais, com evidentes desvantagens para o país e altamente rentáveis para os credores?

Contudo, sendo igualmente manifesta a desproporção entre a produção e o consumo, aproveite-se o momento e reforme-se, fazendo verdadeiras reformas daquilo que há muito tempo se diz que se vai reformar mas que se deixa igual.

Acabem-se com as reformas da direita e as reformas da esquerda e reforme-se, acabando-se com os desperdícios, os gastos injustificados e desnecessários e promova-se a produção do que é preciso produzir.

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