Analisando os dados da
evolução económica do país e os alegados estudos feitos por
estrangeiros sobre a forma de resolvermos o sarilho em que estamos
metidos, já que parece não termos cá dentro sequer quem faça essa
avaliação e proponha soluções, é caso para dizer que fomos uma
vez mais no canto da sereia...
Isto apesar de termos na
memória, ou não fosse uma figura bem lembrada na infância escolar
de cada um, aquela personagem do Velho do Restelo que, contrariando
as tendências, a cada momento procurava chamar à razão aqueles que
lhe parecia não seguirem o melhor caminho.
Mas, como entendemos que
somos sempre capazes de fazer melhor, eis-nos a pedir pão e
conselhos aos outros, àqueles que nos acenaram com verbas e mais
verbas para fazermos obras e mais obras, tanto maiores quanto melhor!
Seria caso para perguntar até quando? Quando é que este "povo" deixa de ir na onda de fazer crer que tem o que não tem?
Sabemos bem, bastando
recordar, que muitos foram os que se perguntavam como era possível
continuar de forma ininterrupta este ciclo de gastar mais, sempre mais, do que
aquilo que se produz.
Mas será legítimo agora
imporem-nos os juros que estão a impor para podermos pagar o que
pedimos?
Não estamos a financiar
com todo o nosso esforço programas traçados por grandes
investidores para fazer exatamente com que isto aconteça?
Parece que os governantes europeus têm querido o melhor de dois mundos, acabando, desonradamente, por cair no pior deles.
Sufocam o esforçado
trabalhador e empresário nacional, mas abrem as portas à produção
escrava estrangeira e depois declaram-se surpreendidos com o
desemprego nacional.
Perante este estado de coisas, em que creio ninguém saber ao certo a evolução mais próxima, bem seria que todos tentasse-mos definir um objetivo comum e um caminho acessível também a todos.
Não me parece que seja
esse o rumo do país.
Todos têm, sempre que chegam ao poder, a varinha mágica de fazer bem ao povo. Parece é que não a sabem usar e quando começam a fazer oscilações com a mesma acabam sempre por obter efeitos contrários aos pretendidos!
Por ora temos vendido
alguns ativos, daqui a uns dias teremos vendido já todas as grandes
obras feitas (talvez já nem faltem muitas) e continuaremos mais
endividados do que nunca!
É, realmente, caso para
perguntar que raio de estratégia foi esta traçada para este pobre
país!
Se se distribui muito,
mais do que se tem, chega-se a uma situação de banca rota! Se se
corta tudo, se se exige mais do que o razoável a cada um, nada se
produz e chega-se a uma situação de banca rota!
Não me parece que os
compromissos não sejam para cumprir. Mas teremos de cumprir todos os
compromissos mesmo quando são manifestamente desproporcionais, com
evidentes desvantagens para o país e altamente rentáveis para os
credores?
Contudo, sendo igualmente manifesta a desproporção entre a produção e o consumo, aproveite-se o momento e reforme-se, fazendo verdadeiras reformas daquilo que há muito tempo se diz que se vai reformar mas que se deixa igual.
Acabem-se com as reformas
da direita e as reformas da esquerda e reforme-se, acabando-se com os
desperdícios, os gastos injustificados e desnecessários e
promova-se a produção do que é preciso produzir.
Sem comentários:
Enviar um comentário