Nestes dias conturbados, em que o termo poupança assume uma relevância excepcional, por este país ainda se vão tomando atitudes cujo “mérito” é de reconhecer.
Refiro-me, em concreto, à acção desenvolvida ontem pelo “ex agrupamento” de Escolas de Castro Daire, ou outro qualquer nome que lhe queiram dar, cujo “mérito” na troca de nomes não é por certo o maior, acção essa, dizia, no sentido de reconhecer publicamente, em “cerimónia solene” realizada no Auditório Municipal, o trabalho de estudo desenvolvido pelos seus alunos e que em termos de resultados se traduziu na atribuição, em média, da nota máxima.
E, se tal gesto, economicamente, significou algum gasto em papel e pequenas lembranças, atendendo até ao número dos contemplados (cerca de 90 jovens) cujo Ministério da Educação não pôde comportar mas que outras entidades da comunidade local assumiram, apoiando monetariamente a iniciativa, creio ter sido mais útil e estimulante para os seus destinatários em concreto e para toda a comunidade escolar em geral, do que outras e recorrentes alegadas iniciativas culturais bem mais caras, subsidiadas com dinheiro público e já sem qualquer significado, por tão corriqueiras se terem tornado.
No caso em concreto promoveu-se o mérito e a excelência no âmbito do trabalho escolar, de jovens deste concelho que se pretendem cada vez, em maior número, mais esclarecidos e com mais apetência para serem os melhores através do seu trabalho, seja em que área vier a ser, capazes de concorrerem em pé de igualdade com os demais em qualquer área de actividade.
E, promovendo-se o mérito e a excelência, está-se, sem dúvida alguma, a contribuir para que amanhã, ao invés do que tem vindo a acontecer, não se cometam erros trágicos para o desenvolvimento deste país, como agora se reclama a todo o momento, num período em que parece serem os estrangeiros que nos vão governar.
É certo que também já é ditado antigo que os melhores acabam por abandonar o país indo à procura de oportunidades que os satisfaçam em países estrangeiros.
Mas, se melhores forem cada vez em maior número, muitos acabarão por ficar por cá dando o seu contributo a estas terras que dele bem precisam.
Por isso, estou confiante que após gerações “à rasca” virá o tempo em que novas gerações saberão encontrar os caminhos e opções certas para tornar este país melhor do que está hoje.
Por isso, o meu reconhecimento por esta simples mas significativa atitude de quem, em troca de nada, se dispôs reconhecer publicamente o mérito de outros.