quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Rosas

Sem ideologia, sem rigor, sem critério e sem saber, cá se vai governando o país e os recursos produzidos pelos cidadãos e empresas.

Quando os alertas chegavam do exterior em sinais cada vez mais fortes da crise económica que estava eminente, por cá, dizia-se serem rosas, aromas, qual perfume com que estes governantes levaram os eleitores a seguir os seus slogans de campanha eleitoral.

Quando não deu mais para esconder o que todos já sabiam, lá vem o responsável pelas finanças públicas dizer que se enganou, que vai ter de pedir mais sacrifícios aos portugueses, que não há outro caminho, que todos têm de mostrar sentido de responsabilidade!

A par dessas medidas de austeridade, o desperdício de dinheiros públicos continua num caudal impensável: São os prémios milionários a alguns gestores que gerem monopólios e cobram altos preços aos consumidores, são as renovações de frotas automóveis de luxo para todos os gestores e alegadamente altos quadros empresariais de empresas públicas, são o aumento das acessorias politicas totalmente improdutivas a todos os níveis e áreas de administração pública, etc,

Poucos meses depois, vê-se um governo completamente desnorteado, desmentindo o antes afirmado, pedindo mais e mais sacrifícios aos portugueses, declarando que afinal as medidas já impostas não levaram à esperada redução da despesa e respectivo défice.

Assim, com o aumento de impostos e de contribuições para a segurança social que se propõe aplicar, se pensarmos num ordenado que pague de IRS cerca de 25%, mais a respectiva percentagem para a segurança social e lhe somarmos ao que sobra 23% de IVA, significa que para qualquer aquisição com o dinheiro do ordenado, mais de 60% do salário é absorvido em impostos!

Como é possível continuarmos a confiar em governos que conduzem uma sociedade a este descalabro?

Terão em vista transformar em impostos os 100% do salário?

Na verdade, a incompetência deles resulta da nossa própria incompetência em saber escolher, em não reconhecer mérito a quem no tem, em preferir quem (nos) dá relativamente a quem procura gerir de forma coerente, isto é: produzir primeiro e distribuir depois.

Assim, de trapalhada em trapalhada, de pântano em pântano, lá se vai este barco afundando, com as empresas a falir diariamente, com o desemprego a subir, com a pobreza a aumentar assustadoramente, qual vergonha, nas palavras destes dirigentes antes de assumirem funções num quadro totalmente incomparável em termos de gravidade, ou mesmo se fosse outro partido que estivesse no poder e apresentasse estes resultados.

Tristes e outonais rosas hoje se apresentaram nos telejornais aos portugueses!

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