quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desorientação

Há dias, sob o calor do sol e das chamas, lá veio uma vez mais o Ministro da Agricultura falar em multas e expropriação de terrenos incultos como forma de evitar os incêndios.

Triste a sina do português que perante a incapacidade dos governantes em implementar medidas capazes de proporcionar novo rumo à floresta se vêem, de quando em vez, ameaçados com expropriações como se tal medida fosse a forma capaz de evitar incêndios florestais.

É caso para perguntar porque é que o governo ainda não expropriou toda a superfície florestal do país? Espera porquê? Que arda tudo primeiro para depois poder ficar com o terreno mais barato?

É claro que normalmente as expropriações têm um objectivo. Se no caso concreto o objectivo for manter durante todo o ano, todos os anos, esses terrenos limpos de materiais combustíveis, tal medida é desejada e só peca por tardia.

Seguindo esse raciocínio diria mesmo que essa medida seria o maior investimento no interior do país e com elevados efeitos positivos ao nível da economia nacional.

De facto, é fácil imaginar quantos postos de trabalho o governo iria criar para manter todo o território florestal limpo, florestado e ordenado.

Certamente que o Ministério da Agricultura deixaria de ter problemas com o excesso de pessoal que tem nos gabinetes espalhados pelos mais diversos serviços.

Mas, qual tem sido o exemplo dos terrenos florestados pelo Estado? São tratados como os demais: Esquecidos, sem qualquer intervenção de silvicultura preventiva, cheios de mato, impenetráveis.

Para isto de nada valerá expropriar e não terá o governo fundamento para tal medida.

E, para dar maus exemplos, como diz o povo, valeria mais ter contenção nas palavras. Pensar primeiro e falar depois.

E notória a desorientação governativa a este respeito.
Procuram-se estatísticas, comparam-se épocas estivais, espera-se que este ano arda menos do que no ano anterior, mas, quanto à prevenção efectiva tudo não passa de boas intenções.
Contudo, se este assunto é uma questão de protecção civil nacional, e é, então trate-se como tal, dando-lhe a atenção que merece.

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