sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em contra corrente

Afirmar publicamente que este país está económica e socialmente no bom caminho, é sinal demonstrativo da consideração que os nossos governantes têm por nós.

Que teria dito este nosso primeiro ministro no último debate sobre o estado da nação se fosse líder de qualquer um dos partidos da oposição?

Provavelmente não encontraria palavras no dicionário capazes de traduzir a sua frustração assim como a incompetência de quem tivesse deixado chegar o país a este estado de desemprego e pobreza.

Não creio, também, que a solução passe por um entendimento governativo como o sugerido pelo líder do CDS, onde todos mandariam e onde ninguém seria o responsável.

A verdade é que alternativas precisam-se.

Mas, é preciso mudar, não só de pessoas, mas, antes de mais, de mentalidades e de programas governativos.

É curioso observar como os governantes apontam para os seus programas eleitorais e de governo quando querem louvar alguma medida aí prevista mais ou menos popular e logo de seguida invocam a crise, as circunstâncias internacionais ou a Europa para imporem o contrário daquilo que apregoaram na campanha eleitoral.

Mas será que os nossos governantes não sabem desde há muito tempo que existe uma Europa? Será que não sabem desde antes da última campanha eleitoral que a crise internacional era grave?

Mas que tem sido feito para reduzir os efeitos exteriores desses factores na nossa economia?

No entanto, ouvindo e lendo os discursos dos nossos governantes, sejam eles de índole nacional ou local, apenas vimos auto elogios, auto promoções, numa intensa tentativa de continuar a enganar os mais distraídos.

Contudo, numa leitura mais atenta, logo se percebe o vazio de tanta propaganda.

Às vezes muda-se o nome a um programa, pinta-se a fachada de novo, outras vezes nem imaginação há para isso.

Quanto ao resto, parece que, como sempre, a crise não é para todos. Afinal, parece que o Banco de Portugal já recebeu mais uns impostos para aumentar os ordenados dos seus funcionários. Sem dúvida, os mais necessitados.

E para continuarmos a usufruir do “nosso” A24, lá vamos ter de pagar. Grande medida de discriminação positiva sobre o interior do país!

Creio que só falta mesmo criarem um imposto sobre a qualidade do ar que respiramos a fim de nos mandarem embora daqui.

Mas, como pacíficos e mansos que somos, disso dando conta a S. Bento os nossos representantes locais, ainda haveremos de aplaudir todas essas medidas.

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