sexta-feira, 12 de março de 2010

Na Governação Pública

Será sinal de incompetência dizer a verdade?

Avaliando o nosso dia a dia, quer pelas noticias que por todos os meios nos vão chegando, quer pelas observações directas, assim como pela experiência profissional, nada nos leva a crer estar o nosso país à beira de uma retoma económica segura, forte e dinâmica.

Antes pelo contrário, continuamos a assistir à declaração de falências, de desemprego, de cortes salariais, de aumentos da idade de reforma, etc.

Contudo, parece que muitos dos portugueses não gostam que lhes digam a verdade das coisas, sejam sobre a evolução económica, sejam sobre a situação da Segurança Social, sejam sobre as contas públicas e a imagem da nosso economia no exterior.

Digo isto porque quem em 2005 – em campanha eleitoral – admitiu ser necessário alterar as regras da segurança social e designadamente ao nível das reformas, quem disse ser necessário alterar as regras de pagamento das SCUTS com introdução de portagens, foi penalizado. Quem em 2009 disse não ser possível avançar com o programa de investimentos públicos anunciado pelo Governo foi penalizado.

No entanto, hoje, aquilo a que se assiste e aquilo a que se tem assistido desde 2005, é à tentativa do Governo implementar as medidas já antes admitidas em campanha eleitoral por partidos que saíram perdedores.

De facto não será difícil recordar as manifestações feitas no tempo do Governo de Santana Lopes quando foi anunciada a necessidade de introduzir portagens nas SCUTS, assim como a posição então defendida pelo PS.

Hoje ouve-se ao Primeiro Ministro dizer que não irá haver aumento de impostos, mas depois vêm outros ministros dizer que, afinal, irá haver redução de benefícios fiscais, procurando explicar que isso não traduz aumento de impostos porque nem todos os portugueses conseguem utilizar esses benefícios.

Apesar disso, estranhe-se ou não, os barómetros das sondagens habitualmente realizadas continuam a dar vantagem eleitoral a quem está no poder, partido que vem governando o país durante 12 dos últimos 15 anos.

Porque assim decide a maioria dos portugueses, seria matéria para grande exposição que aqui não se pretende, mas deverá ser assunto merecedor de grande reflexão por parte de todos e principalmente daqueles que se propõem liderar alternativas governativas.
De facto, parece que nesta nossa sociedade já não há só falta de vocações sacerdotais, como é costume ouvir dizer-se neste país de católicos sem parocos em grande número de paróquias. Parece também que apesar de haver muita ambição na assunção de lideranças, cada vez menos são aqueles a quem naturalmente se reconhece tal vocação.

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