quinta-feira, 25 de março de 2010

COM OU SEM PEC

Irá a nossa sociedade ultrapassar este momento difícil?

Com ou sem Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado pelo Governo, aprovado apenas com os votos do PS ou recusado mesmo por toda a oposição, irá a nossa sociedade ter capacidade para ultrapassar sem sobressaltos de maior relevância social as agora declaradas tão difíceis dificuldades económicas e financeiras em que se encontra?

Afinal de contas, este cenário de excessivo défice público foi uma opção consciente deste Primeiro Ministro enquanto chefe do anterior Governo, conforme assumiu por altura da discussão do Orçamento de Estado apresentado para o corrente ano.

Mas como pode agora este Governo pedir responsabilidade à oposição sobre a aprovação deste Plano incluindo medidas de aumento de impostos e corte nos rendimentos familiares tão pouco tempo depois de eleições legislativas em que as promessas foram outras, em que as propostas foram outras e em que a garantia de não subir impostos foi constante?

Poderá este Primeiro Ministro dizer que não conhecia durante a campanha eleitoral o estado das contas públicas como fez em 2005 ao chegar à chefia da governação pela primeira vez?

Como pode alguém demonstrar tanto surpresa por uma situação, atirando responsabilidade, culpa, incompetência para os seus antecessores e depois provocar uma situação de descontrolo ainda mais volumosa?

Certamente que a medir a (in)competência pela percentagem de descontrolo teríamos que dizer que nunca fora visto algo assim!

Mas, chegada a esta situação provocada pelas medidas adoptadas de forma autista pelos protagonistas deste governo terão os partidos da oposição que aceitar a responsabilidade de aprovar tal documento?

Terão os partidos da oposição de aceitar votar medidas contra as quais sempre se manifestaram, de sacrifícios sociais constantes quando o Governo continua a permitir distribuir fortunas em prémios de alguns e em subsídios gratuitos de outros?

Não haverá trabalho que seja preciso realizar nos mais diversos níveis da administração e em todo o território que deva ser feito por quem recebe subsídios sociais?

Porque se continua a dar sem pedir algo de concreto em troca? Será justo?

Creio que mais do que um PEC, mais do que um Orçamento, mais do que cortar nos investimentos de dimensão desapropriada para o país e actual momento das contas públicas, necessário será mudar mentalidades governativas e capacidade de concretização de medidas sociais justas e que simultaneamente pareçam justas às pessoas que as vêem aplicar e se sentem atingidas pelas mesmas.

1 comentário:

  1. Boa Noite!
    Se me permite, o exemplo deve vir de cima,
    gosto de utilizar uma gramática simples para que todos percebam.
    Hoje em diário da república foram publicados vários despachos a permitir usufruir ajudas de custo a 75% do índice 450 (função pública), pelos Srº Secretários de Estado e outros (Sr. Penedos). Isto significa ter disponível por mês €1400 não sujeitos a impostos, quando no PEC se procura tributar valores cada vez mais baixos nas pensões e diminuir se não mesmo acabar, em alguns casos as deduções á colecta no IRS. A titulo de exemplo vejamos porque se acaba com um beneficio fiscal na aquisição de computadores quando foi criado no anterior orçamento de estado. Mas pensam que andamos todos a "dormir" ou afinal estamos perante uma incompetência tremenda?
    Aos Srº(s)do poder só lhe sugiro controlem melhor as despesas de representação e as ajudas de custo e boa parte dessa poupança também ajudaria a controlar o défice.
    Sinceramente a politica em geral está no fundo do poço!

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