segunda-feira, 16 de abril de 2012

Escola atribui prémios de mérito e excelência

Reflectindo sobre excelência e democracia.
No passado dia 13 do corrente mês de Abril, o Agrupamento de Escolas de Castro Daire, no seguimento do já realizado no ano anterior, realizou um acto solene de entrega de prémios de mérito e excelência aos melhores alunos dos diversos anos e ciclos de ensino das escolas concelhias no último ano escolar.
Um acto público, realizado no Auditório Municipal, muito participado, altamente simbólico, através da entrega de um prémio representativo - mapa do concelho em acrílico encimado pela cabeça do mocho - mas, simultaneamente muito emocional, sugestivo e capaz de promover, quer nestes premiados quer nos seus colegas, a vontade de voltar a conseguir novo reconhecimento no próximo ano.
Um acto de reconhecimento pelo trabalho realizado e pelo resultado alcançado tendo por base critérios claros e definidos através de cujo cumprimento todos os alunos poderão pretender alcançar esta distinção sem que seja num ambiente de concorrência entre os mesmos ou com sujeição a qualquer critério subjectivo que não seja a classificação final nas várias provas e disciplinas, onde, por isso, os melhores podem ser sempre mais.
Justo, dir-se-á.
Numa sociedade em que o mérito parece ser coisa sem importância, onde trabalhar parece que rende menos do que não trabalhar, onde ser dirigente não necessita de preencher qualquer critério senão o da obtenção de uma qualquer maioria, um acto simbólico como este poderá fazer a diferença entre a, por vezes, senão, muitas vezes, falta de ânimo e a vontade de estar presente.
Há uns tempos atrás, um país do médio oriente exigia que os seus representantes políticos possuíssem um qualquer doutoramento para poderem candidatar-se a cargos políticos.
Que seria de Portugal se uma exigência parecida fosse feita, para todos os cargos políticos de representação nacional e mesmo para outros cargos de órgãos executivos, fosse a nível nacional ou autárquico?
Um regime anti democrático, apressar-se-iam muitos, certamente, a dizer. Uma sociedade que privilegiaria apenas alguns que tiveram a oportunidade de estudar, negando o exercício de funções relevantes do Estado a quem não teve essa oportunidade, diriam outros.
Pondo de lado os exageros, não creio que possa continuar a justificar-se a inexistência de quaisquer requisitos para o exercício de funções qualificadas nos órgãos políticos do Estado com esse tipo de argumentos após mais de trinta e cinco anos de democracia e com o acesso mais ou menos generalizado da população à educação e às mais diversas instituições de ensino.
A simpatia política ou partidária não deve manter-se como único e absoluto critério transformando o acto de legislar ou governar em algo de tão banal quanto sem mérito.

Demonstrar na escola que o empenho, o trabalho e os bons resultados são reconhecidos e valorizados, é dar o bom exemplo que noutros sectores da sociedade devia também ser adoptado.

Sem comentários:

Enviar um comentário