segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Agora, o tribunal

Uma vez mais, os Senhores dos ministérios, sem saber o que fazer, procuram ganhar uns euros à custa dos serviços públicos a prestar às populações do interior do país.

Apesar de usarem muitos slogans de que irão cortar em quem mais ganha e quem mais gasta, a verdade é que são sempre promessas para o mesmo saco.

Nos ordenados dos senhores gestores públicos que ganham dos impostos que pagamos, continuam os senhores dos ministérios a não ter coragem para reduzir sob pena de, amanhã, quando já não forem ministros, mesmo que venham a ocupar um desses cargos, já não terem as regalias que hoje pagam aos que exercem actualmente esses cargos.

Há uns anos atrás, dizendo pretender a discriminação positiva, usando dinheiros europeus, mandaram fazer umas vias rápidas pelo interior do país.

Depois, sob a justificação de que muitas das populações abrangidas com essas vias rápidas transformadas em autoestradas do interior facilmente se poderiam deslocar à terra vizinha, começaram a encerrar serviços, designadamente na área da saúde, transformando muitas vezes bombeiros em parteiras e que um dia destes hão-de começar a atestar óbitos!

Há poucos dias atrás, acabaram com as autoestradas ao serviço das populações do interior e só deixam transitar por elas quem estiver disposto a pagar mais do que se paga transitando pela A1.

Desde há uns anos para cá, referindo-me a Castro Daire, começaram a retirar-lhe diversos serviços de diferentes áreas e ministérios, passando-os, designadamente para S. Pedro do Sul.

Apesar de não ter nada contra S. Pedro do Sul, a verdade é que ainda gostaria de saber porque é que os castrenses têm de ir a S. Pedro do Sul tratar de assuntos do seu interesse pessoal quando tal lugar é o menos acessivel a muitas pessoas que residem no concelho de Castro Daire.

Seja por não haver transportes de carreira directos, seja por não ter qualquer ligação via auto estrada, quando Castro Daire está a meio caminho entre Lamego e Viseu, junto à mencionada autoestrada, a metade do tempo de ligação para aqueles que possam utilizar a referida via, ou, então, pelos que necessitem usar transportes de carreira regular que normalmente ainda faz Régua - Viseu.

Agora, dizem, também os serviços de justiça se preparam para ir rumo a S. Pedro do Sul.

Seria caso para perguntar aos Deuses que fizeram aos politicos portugueses que são tão inteligentes quando estão na oposição e se transformam de tal modo quando chegam ao poder que se tornam irreconheciveis!

Depois de nos flagelarem tanto, mandem-nos para onde quiserem, mas pelo menos tenham o bom senso de fazer a opção que menos dificuldades tragam aos munícipes deste concelho.

Provavelmente custará a muitos aceitarem dizer que no caso de haver necessidade de algum fecho nesta região ainda dita de Lafões, com o que não concordo, aquele que devia fechar seria exactamente o de S. Pedro do Sul, transferindo parte do seu Serviço para Vouzela e outra parte para Castro Daire, comarca esta que já inclui áreas do concelho de Vila Nova de Paiva.

Solução esta que faria aproximar em termos de distância ambas as comarcas da Comarca central Viseu em virtude da possibilidade de recurso à A 24 e à A 25.

Contudo, provavelmente, os senhores dos ministérios o que querem não é, ainda assim, facilitar mas, antes pelo contrário, dificultar o mais possivel o acesso à justiça, não tendo sequer qualquer estratégia para uma reorganização judiciária eficaz.

Já não sei para que serve o Estado.

Provavelmente, um dia destes, o melhor mesmo é emigrarmos todos, mas, mesmo todos, incluindo os senhores ministeriáveis a fim de lhes dar a conhecer o que é viver com dificuldades.

E que terão feito já os governantes concelhios a este respeito?

Concordarão em ir para S. Pedro do Sul?

Na verdade, mais depressa do que se pensará, também os serviços municipais poderão ser transferidos de um lugar que nada mais terá....

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