terça-feira, 27 de dezembro de 2011

TDT

Precisarão os portugueses de Governo para a toma de medidas como a da TDT?

Porque tem de correr tudo mal neste país?
Porque têm os portugueses de ser sobrecarregados neste momento com despesas não anunciadas previamente, nem constantes do site TDT, para poderem aceder ao normal serviço de televisão?

Porque terá o Governo de então conduzido este processo tendo em vista forçar os portugueses a ter de comprar um serviço de televisão por cabo ou por satélite para poderem ver televisão?

Não era o Serviço de televisão um serviço público, um principio democratizador da informação devida a todos os portugueses?
Porque havemos nós de pagar na factura da electricidade um serviço de televisão que depois o governo nega a muito dos portugueses sob a capa da dificuldade técnica na cobertura de todo o país com a dita TDT?
Não seria para um português normal bastante melhor ter acesso à televisão com a qualidade actual do que não ter acesso a nenhuma?
Porque se há-de pagar uma taxa por cada televisor que se tem em casa, não podendo sequer, ter-se o número de televisores que se pretenda ter?

Creio que este processo de passagem do sinal analógico para o digital foi conduzido manifestamente em prejuizo dos cidadãos portugueses e a pensar no lucro das operadoras que fornecem televisão paga.

Não é justo, sendo mesmo, a meu ver, um retrocesso nos direitos de cidadania dos portugueses num país onde cada dia que passa a maior parte se torna cada vez mais pobre em proveito de uns tantos que depois enviam os lucros para paraísos fiscais a fim de serem os que já pouco têm a continuar a pagar os custos da vida neste pobre país.

É desilusão após desilusão.

Um dia destes não havemos de ser só convidados a emigrar. Havemos de ser obrigados a emigar.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Assembleia Municipal de Castro Daire ao frio

O presente de Natal municipal.

Como já vem sendo costume, pelo Natal, o presente que o Sr Presidente da Câmara de Castro Daire dá aos membros da Assembleia Municipal com a anuência do presidente da Mesa desta, é realizar a reunião de Dezembro da Assembleia municipal, com 45 elementos, num enorme salão, com capacidade para mais de 200 pessoas sentadas, sem ar condicionado a funcionar nem outros equipamentos capazes de produção de ar quente.

Assim aconteceu hoje, 20 de Dezembro de 2011, num dia particularmente frio, durante toda a manhã, até cerca das 13,30 h, quando terminaram os trabalhos.

Parece que quando naquele local são levados a cabo outros eventos, o equipamento de ar condicionado funciona. Para estas reuniões não é preciso.

Da ordem de trabalhos desta reunião, constava, além de outros assuntos, a discussão e votação do orçamento municipal para 2012, alteração ao mapa de pessoal para o ano de 2012 e autorização para celebração de protocolos com as Juntas de Freguesia.

Posto à discussão o orçamento municipal, várias foram as intervenções feitas no sentido da discordância com algumas das grandes opções do plano, entre as quais a que prevê como prioridade municipal para o ano de 2012 a requalificação da Av. Maria Alcina, em cuja obra estão previstos gastar um milhão cento e doze mil euros.

Mesmo que a sua requalificação seja em grande medida comparticipada, como está previsto ser, a verdade é que gastar dinheiro dos nossos impostos, mesmo que só em parte, mas com recurso a crédito bancário com juros altos como é o caso, fazendo duplicar tal comparticipação municipal, para transformar aquela rua numa avenida com perfil de auto-estrada é, a meu ver, neste momento, um total disparate.

Votei contra esse pedido de empréstimo e, mantendo o mesmo raciocínio, votei contra o presente orçamento onde se prevê a realização daquela obra e outras cuja prioridade não vai de encontro, a meu ver, com as necessidades da população do concelho.

A alteração do mapa de pessoal, com explicações confusas e com o único elemento de certeza previsional da possibilidade de contratação durante o próximo ano de mais 36 funcionários a contrato definitivo e 42 a contrato a termo certo, foi aprovada por maioria com dois votos contra e sete abstenções.

E traduzindo também a questão da celebração de protocolos com as juntas de freguesia um assunto polémico em virtude da incerteza sobre os critérios com que vão os mesmos ser celebrados, não se sabendo se vão dar, ou não, iguais possibilidades a todas as Juntas de Freguesia de realizar idênticas despesas / obras, foi este assunto bastante discutido tendo por fim sido aprovado por maioria com sete abstenções.

De notar ainda a informação dada pelo Sr Presidente da Câmara de que este ano o número de clientes termais diminuiu em 368, traduzindo a facturação das Termas do Carvalhal este ano um saldo negativo superior a oitenta e quatro mil euros.

Sinais dos tempos, ou talvez não.
Mas, com semelhantes resultados a repetirem-se será de ponderar, ou não, como sugeriu um membro da assembleia, transferir a exploração das Termas para uma entidade privada com mais competência para o efeito do que a autarquia? 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Espantoso

Mensagens espirituais verdadeiramente governamentais…

Ainda estará na memória da maior parte dos portugueses, pese embora a falta de memória colectiva que normalmente se costuma invocar para a adopção de diversas atitudes, aquela célebre frase de que “quem se mete com o PS leva..”, ou aquela outra de que “gosto é de malhar…”, assim como a mais recente de que “pensar pagar a dívida soberana é coisa de crianças…”

Assim, talvez por uma questão de solidariedade nesta quadra natalícia, voltamos agora a ter outro alto representante do Estado Português, deputado da Nação, dizer de viva voz e em alto tom que “se está a marimbar para os credores estrangeiros da dívida soberana portuguesa, a quem devemos dizer que não pagamos o que nos emprestaram…”  

Numa situação em que o país precisa de dinheiro emprestado vindo do estrangeiro para pagar o principesco ordenado desse senhor deputado, comparado com o ordenado mínimo nacional recebido por grande parte dos portugueses, aos quais é retirado parte dos seus rendimentos para pagar juros desses empréstimos e outras benesses atribuídas aos políticos portugueses como o caso daquele senhor deputado, este comportamento demonstra bem a capacidade e honestidade intelectual de quem assume os mais honrosos cargos políticos no país.

Talvez estas últimas opiniões demonstrem a razão de ser da situação económica e financeira a que chegamos enquanto país, numa sociedade onde nos habituaram mais a receber do que a produzir.

Opiniões infelizes, raciocínios medíocres produzidos publicamente por altos dirigentes políticos que justificam depois a opinião dos estrangeiros, credores ou não, sobre os portugueses e outras sociedades que enveredaram por caminhos governativos de cariz idêntico ao português, comparando-nos com os alcoólicos a quem, dizem, não devem emprestar mais dinheiro, tal como não se deve dar álcool a quem já está embriagado.

Triste fado este o nosso, num país onde qualquer um consegue ser eleito para exercer altas  funções públicas; legislativas ou executivas, mesmo que numa qualquer entrevista de emprego fosse recusado por falta de requisitos mínimos.

E, uma vez eleito, garantido está o lugar por mais barbaridades que se digam ou façam, por falta de responsabilização politica.

Mas, poder-se-á exigir que a maioria da população perceba as razões de uma crise económica e financeira como a que atravessamos tendo responsáveis políticos a fazer declarações como estas?    

domingo, 4 de dezembro de 2011

Porquê ter Governo?

Ouvindo as oposições politicas apenas se pode chegar a uma conclusão:
Os governos são sempre piores do que as oposições.

Assim, enquanto oposição, todo e qualquer partido politico, todo e qualquer grupo parlamentar, tem sempre a solução ideal para governar e resolver os problemas do país em geral e das pessoas em particular.

Mesmo quando um partido deixou de ser governo, depois de ter estado vários anos à frente da governação do país, tendo conduzido a economia nacional e as finanças públicas para o abismo, mal assenta arraiais na bancada da oposição apresenta de imediato as soluções mágicas capazes de proporcionarem melhores condições de vida às pessoas do que aquelas em que deixaram essas mesmas pessoas enquanto governantes, assim como as que os novos governantes, acabados de deixar a oposição, dizem ter para oferecer.

E, senão sempre, tem sido pelo menos a prática dos últimos anos e governos, novo governo é sinónimo de novos sacrificios gerais, mesmo que enquanto oposição tenham dito o contrário.

Então, se assim é, não precisamos de governo, bastando-nos apenas as oposições, dado que mandar um grupo parlamentar formar governo é estragar as anunciadas boas ideias e bons projectos duma oposição.

Não sei se é isto apenas um mal dos políticos deste país, se da Europa, se de todo o mundo.

Ouvindo as notícias sobre a Europa, fica-nos a ideia de que este mal não será só português.

Estando mais atento sobre o que vai por esse mundo fora, talvez possamos concluir que será mais uma daquelas normas que importamos com algum defeito, ou, quem sabe, se pensarmos na época dos descobrimentos, que talvez tenhamos ajudado a espalhar pelos quatro cantos do mundo.

Ora, se é legítimo e necessário haver oposição para que os Governos não façam tudo quanto querem e com total impunidade, necessário seria que também as oposições reconhecessem alguns limites à retórica puramente oca que diariamente produzem a fim de se credibilizarem a si próprias.