quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Troika e o Monstro

Afinal quem é o monstro?

Já se disse cobras e lagartos do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu, da União Europeia, dos mercados, das agências de rating, enfim, de todos os que têm dinheiro para nos emprestar a fim de distribuirmos sem o produzir.

E, como bom português que somos, depois de termos o “precioso metal” no bolso, falamos mal de quem poupou para nos emprestar aquilo que nós, fazendo de conta que somos ricos, gastamos à boa e à francesa.

Mas, culpa de quem?

Certamente da má governação que temos tido. Da incompetência de quem se produz ao pormenor para aparecer na televisão, mas é incapaz de executar qualquer medida que anuncia e que signifique reformar o que precisa de ser reformado. Da incompetência de quem sabe aumentar impostos mas é incapaz de reduzir despesas ou incrementar politicas de crescimento económico.

E, comparando os PECs sucessivamente apresentados pelo governo com o que agora a Troika estrangeira apresentou como contrapartidas para emprestar o seu dinheiro a juros bem mais baixos que o mercado normal, parece que, afinal, tal Troika não é o monstro que já foi repetidamente vendido aos portugueses pelo governo e pelos demais dirigentes do partido socialista.

Exigem, é certo, rigor, honestidade, lealdade, seriedade nos compromissos, verdade nas informações e capacidade de execução desses mesmos compromissos.

Mas, que havíamos de querer? Continuar neste diz que nada diz, neste não que é sim, neste sim que é não?

Certamente que só aceita este estado de coisas quem quer. E, sem dúvida que há muitos que querem. Vá-se lá saber porquê? Ou talvez saiba. Serão vários e diversificados os motivos que, somados, têm dado no resultado a que chegamos.

Creio, no entanto, que outros motivos haverá para em maioria dizer chega.

Motivos para dizer basta. O que é diferente de dizer nem sim nem não.

De facto, não creio que optar pela abstenção, como já vi defendido em folhetos espalhados por aí, face ao não cumprimento das promessas feitas, seja a opção mais correcta em qualquer eleição.

Elegemos governantes, não só pela obra junto à nossa porta, mas também pela que fica junto à porta do vizinho.

Creio que precisamos, sim, é de estar atentos e procurar saber quem é que afinal é o monstro a fim de, por opção, nos desviarmos dele.

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