sexta-feira, 20 de maio de 2011

Em época de campanha eleitoral

Se houvesse um sistema político perfeito e fosse possível implementá-lo no nosso país talvez Portugal não precisasse neste momento de duas coisas: De recorrer a pedido de ajuda financeira externa e de realizar eleições antecipadas.

Porque tal sistema não existe e em qualquer um dos existentes os políticos e candidatos a políticos procuram reduzi-los ao seu peso e medida, vagueamos ao sabor dos que, ainda que mais ignorantes, mas aptos na arte ilusionista, conseguem manipular o sistema em seu favor.

E os exemplos são vários ao longo da história, repetindo-se pelo mundo de forma mais ou menos frequente e com consequências mais ou menos dramáticas.

No entanto, muitos deles são protagonizados por pessoas que subiram ao poder através de eleições, de uma forma dita democrática, por escolha dos cidadãos que, certamente descontentes com as soluções existentes, decidiram mudar indo atrás do canto da sereia sem se aperceberem que, mesmo sem saber nadar, se dirigiam para alto mar.

Contudo, a verdade é que, a meu ver, não é possível atribuir as culpas desses desastres governativos a apenas uma pessoa.
Certamente que se não fossem as dezenas, senão centenas ou milhares que se juntam em redor desse individuo procurando sentar-se à mesa a que de outra forma não teriam acesso, por si só não lhe seria possível manter-se no cargo com sacrifício da maioria da população em nome da qual e, supostamente, em favor da qual devia governar.

No entanto, porque a memória dos povos é curta, ou a realidade muitas vezes traduz efectivamente aquele ditado popular que diz que em muitas situações quem tem um olho é rei, os casos repetem-se.

No momento actual português, é de todo pertinente uma entrevista dada por Henrique Neto, militante e dirigente do PS ao Jornal Económico, segundo o qual, após tecer vários comentários sobre as razões porque Portugal chegou até aqui após todos estes anos de governação socialista, diz: “Devíamos usar a inteligência e o debate para resolver os problemas e temos dirigentes que utilizam a mentira e evitam o debate”.

Vem igualmente no Económico online, que numa conferência em que José Sócrates respondia à plateia, Peter Villax, dirigindo-se-lhe afirmou “os seus actos não reflectem as suas palavras”.

Na verdade é caso para perguntar: Palavras para que?

Mas, porque em democracia, supostamente, quem manda é o povo, resta-nos aguardar que tenhamos a sabedoria suficiente para fazer a melhor escolha no próximo dia 5 de Junho.

Sem comentários:

Enviar um comentário