terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Depois das Presidenciais

Parece que a vida do país no último meio ano foi dominada pelo efeito presidenciais.
O que o Presidente pode fazer e o que não pode fazer, o que deve fazer e o que não deve fazer, deu já que falar e continuará a encher colunas de jornais e espaços televisivos.

Durante a campanha eleitoral é que parece também não ter havido interesse por parte dos candidatos em discutirem os assuntos sérios e actuais para o país, mais parecendo até, a dada altura, que importante foi aquilo que alguns fizeram ou deixaram de fazer há quarenta e tal anos atrás.

Sem dúvida, motivos interessantes para continuar, pelo meu lado, a dizer que cada vez se justifica menos termos dois órgãos de soberania a ser eleitos directamente em eleições gerais.

E, não fosse o lugar comum de que a democracia tem custos, perguntar-se-ia porque se havia de gastar quase quatro milhões de euros de impostos em campanhas eleitorais tão pobres em conteúdo.

Talvez fosse até momento para perguntar se os subsídios estatais, também a esse nível, não teriam se ser atribuídos apenas de acordo com um programa, tipo plano de actividades de cada candidatura e seu cumprimento.

Sinal de que cada vez há menos ideias nesses círculos de decisão politica são, sem dúvida, os votos em branco depositados nas urnas, cada vez em maior número, eleição após eleição, assim como o voto de protesto em candidatos, notoriamente contra-candidatos.

E, o momento da eleição está a passos largos a transformar-se cada vez mais em momento de reivindicação, de reclamação, de manifestação, de boicote.

Sinais da crise económica e financeira?

Creio que não. Creio serem mais sinais da crise social, da falta de valores sociais orientadores e perspectivantes denunciados por uma grande maioria dos decisores políticos que no dia a dia assumem papeis relevantes na nossa vida comunitária.

Tomam-se decisões ao total arrepio do bom senso e de um mínimo de justiça social. Assumem-se comportamentos que jamais seriam impensáveis por quem é governado e obrigado a cumprir os seus deveres enquanto cidadão.

Mas, para pagar os “erros” de alguns somos todos chamados, porque responsabilidade de quem os pratica é coisa que não figura no dicionário.

Bom seria que, passada esta agitação pré eleitoral, fossemos capazes de inverter o rumo do “vento” que parece levar-nos cada vez mais por caminhos árduos apontados como únicos para a salvação.

Mas, não poderá o “Calvário” afinal não estar no cimo da montanha?

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