sábado, 27 de março de 2010

Pedro Passos Coelho

Novo Líder do PSD

Sem necessidade de alteração dos estatutos, desta vez, Pedro Passos Coelho, conseguiu ser eleito com mais de 50%, atingindo mesmo 61% dos votos expressos pelos militantes do Partido Social Democrata.

Um sinal expressivo e significativo dos militantes do PSD dado desta vez, contrariando o que nas anteriores eleições acontecera ao dividir-se por três candidatos tendo dado apenas uma pequena vantagem de votos ao então candidato vencedor.

Uma vitória tradutora de uma mensagem de viragem daquilo que tem sido a estratégia de liderança nos últimos tempos e que nos anima enquanto militantes, trabalhadores e cidadãos deste país que vemos, cada vez mais, parecer afundar-se nas águas turvas do imparável oceano que a cada inverno surge mais forte e absorvente.

De facto, não precisamos de estratégias de lideranças alicerçadas no sistema de escada em que cada degrau é aquele que dá a mão ao que pretende subir ao topo. Isto porque, nesses casos, como se tem visto, a fragilidade em que esses mesmos degraus ficam com o peso do trepador faz com que depressa cedam e permitam a queda de quem subiu.

Bom seria que um líder pudesse ser líder sem necessidade dessa escada, fazendo-se ouvir no meio da multidão, sendo também capaz, ainda assim, de ouvir e distinguir os contributos oferecidos por todos.

No caso concreto, tendo sido apoiante de Pedro Passos Coelho desde a primeira candidatura, reconhecendo coragem e valor aos demais candidatos à liderança do partido, estou convicto de existirão condições excepcionais para criar novo sentimento de pertença neste partido que apesar de grande e pretender crescer, parece ter-se acantonado num espaço fechado onde não cabem mais.

Espero que com esta nova liderança as portas se abram e tal como já foi referido pelo vencedor, não sejam para excluir mas sim para deixar entrar, incluir, acrescentar.

Por vezes, não basta só dizer que o objectivo é unir, torna-se necessário demonstrá-lo com actos concretos. Creio que nas suas primeiras palavras enquanto líder essa prática ficou já prometida.

Porque as expectativas são grandes, apesar de sabermos das dificuldades do momento, todos acreditamos que será capaz de encontrar respostas adequadas para os muitos desafios que nos esperam.
(Em virtude do erro com que inicialmente escrevi um dos sobrenomes da pessoa a quem este post se refere, e pelo qual me penitencio, decidi corrigir o texto, reeditando-o)

quinta-feira, 25 de março de 2010

COM OU SEM PEC

Irá a nossa sociedade ultrapassar este momento difícil?

Com ou sem Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado pelo Governo, aprovado apenas com os votos do PS ou recusado mesmo por toda a oposição, irá a nossa sociedade ter capacidade para ultrapassar sem sobressaltos de maior relevância social as agora declaradas tão difíceis dificuldades económicas e financeiras em que se encontra?

Afinal de contas, este cenário de excessivo défice público foi uma opção consciente deste Primeiro Ministro enquanto chefe do anterior Governo, conforme assumiu por altura da discussão do Orçamento de Estado apresentado para o corrente ano.

Mas como pode agora este Governo pedir responsabilidade à oposição sobre a aprovação deste Plano incluindo medidas de aumento de impostos e corte nos rendimentos familiares tão pouco tempo depois de eleições legislativas em que as promessas foram outras, em que as propostas foram outras e em que a garantia de não subir impostos foi constante?

Poderá este Primeiro Ministro dizer que não conhecia durante a campanha eleitoral o estado das contas públicas como fez em 2005 ao chegar à chefia da governação pela primeira vez?

Como pode alguém demonstrar tanto surpresa por uma situação, atirando responsabilidade, culpa, incompetência para os seus antecessores e depois provocar uma situação de descontrolo ainda mais volumosa?

Certamente que a medir a (in)competência pela percentagem de descontrolo teríamos que dizer que nunca fora visto algo assim!

Mas, chegada a esta situação provocada pelas medidas adoptadas de forma autista pelos protagonistas deste governo terão os partidos da oposição que aceitar a responsabilidade de aprovar tal documento?

Terão os partidos da oposição de aceitar votar medidas contra as quais sempre se manifestaram, de sacrifícios sociais constantes quando o Governo continua a permitir distribuir fortunas em prémios de alguns e em subsídios gratuitos de outros?

Não haverá trabalho que seja preciso realizar nos mais diversos níveis da administração e em todo o território que deva ser feito por quem recebe subsídios sociais?

Porque se continua a dar sem pedir algo de concreto em troca? Será justo?

Creio que mais do que um PEC, mais do que um Orçamento, mais do que cortar nos investimentos de dimensão desapropriada para o país e actual momento das contas públicas, necessário será mudar mentalidades governativas e capacidade de concretização de medidas sociais justas e que simultaneamente pareçam justas às pessoas que as vêem aplicar e se sentem atingidas pelas mesmas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Na Governação Pública

Será sinal de incompetência dizer a verdade?

Avaliando o nosso dia a dia, quer pelas noticias que por todos os meios nos vão chegando, quer pelas observações directas, assim como pela experiência profissional, nada nos leva a crer estar o nosso país à beira de uma retoma económica segura, forte e dinâmica.

Antes pelo contrário, continuamos a assistir à declaração de falências, de desemprego, de cortes salariais, de aumentos da idade de reforma, etc.

Contudo, parece que muitos dos portugueses não gostam que lhes digam a verdade das coisas, sejam sobre a evolução económica, sejam sobre a situação da Segurança Social, sejam sobre as contas públicas e a imagem da nosso economia no exterior.

Digo isto porque quem em 2005 – em campanha eleitoral – admitiu ser necessário alterar as regras da segurança social e designadamente ao nível das reformas, quem disse ser necessário alterar as regras de pagamento das SCUTS com introdução de portagens, foi penalizado. Quem em 2009 disse não ser possível avançar com o programa de investimentos públicos anunciado pelo Governo foi penalizado.

No entanto, hoje, aquilo a que se assiste e aquilo a que se tem assistido desde 2005, é à tentativa do Governo implementar as medidas já antes admitidas em campanha eleitoral por partidos que saíram perdedores.

De facto não será difícil recordar as manifestações feitas no tempo do Governo de Santana Lopes quando foi anunciada a necessidade de introduzir portagens nas SCUTS, assim como a posição então defendida pelo PS.

Hoje ouve-se ao Primeiro Ministro dizer que não irá haver aumento de impostos, mas depois vêm outros ministros dizer que, afinal, irá haver redução de benefícios fiscais, procurando explicar que isso não traduz aumento de impostos porque nem todos os portugueses conseguem utilizar esses benefícios.

Apesar disso, estranhe-se ou não, os barómetros das sondagens habitualmente realizadas continuam a dar vantagem eleitoral a quem está no poder, partido que vem governando o país durante 12 dos últimos 15 anos.

Porque assim decide a maioria dos portugueses, seria matéria para grande exposição que aqui não se pretende, mas deverá ser assunto merecedor de grande reflexão por parte de todos e principalmente daqueles que se propõem liderar alternativas governativas.
De facto, parece que nesta nossa sociedade já não há só falta de vocações sacerdotais, como é costume ouvir dizer-se neste país de católicos sem parocos em grande número de paróquias. Parece também que apesar de haver muita ambição na assunção de lideranças, cada vez menos são aqueles a quem naturalmente se reconhece tal vocação.