terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

100 dias de Governo

Um festival mediático para “inglês ver”

A notícia marcante da efeméride jornalística do governo para marcar os cem dias de governação em minoria foi a decisão da criação da conta poupança para o futuro jovem.
Uma conta bancária que o governo diz ir abrir com duzentos euros por cada criança que nasça a partir de agora no país.
Uma decisão que mereceu honras de conferência de imprensa, de anúncio público directo pela televisão que todos nós pagamos.
Contudo, qual o beneficio dessa decisão para as famílias portuguesas que necessitam de ajuda?
Qual o beneficio dessa conta para as crianças e jovens que nasçam no país em famílias com poucos rendimentos?
Nenhuns!...
Que importará hoje a famílias jovens, que estando no desemprego ou ganhem o rendimento mínimo ou próximo deste, com filhos em idade escolar, pré-escolar ou tão só à espera de ter o primeiro filho, dizer-lhes que o seu (próximo) filho, depois de completar 18 anos de idade, terá direito a duzentos euros e os juros desses mesmos duzentos euros?!
Que importará dizer a essas famílias que podem fazer reforços nessas contas obtendo com isso benefícios fiscais se não tiverem rendimentos para pagar as dívidas já contraídas os as despesas mais elementares?
Será isto um incentivo à poupança, como também foi anunciado?
Poupança por parte de quem?
Creio que num país a sério este anúncio, nos termos em que foi feito, seria considerado uma injúria popular.
Nesta república, provavelmente, haverá quem aplauda ruidosamente, batendo palmas por falta de outras medidas mais necessárias e merecedoras de verdadeiro aplauso.
De facto, porque continuam tantos portugueses a emigrar para outros países apesar de se alegar que a crise económica é mundial?
Porque são estrangeiros os donos das áreas mais produtivas do nosso país?
Por alguma razão é ditado popular nosso “ser para inglês ver”.

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