"Castro Daire
contente"
Bem poderia ser um slogan
a dar jeito político a muitos que elevados ao estatuto de líderes
necessitam de águas pouco agitadas para não darem nas vistas quanto
são maus nadadores.
De facto, bastou a Srª
Ministra da Justiça vir dizer que o Tribunal de Castro Daire fica
com um "balcão de atendimento" para que muitos
festejassem, abrissem garrafas de espumante, pedissem ou aceitassem
entrevistas, mostrando o seu agradecimento por uma medida
completamente oca de sentido e de significado.
Em "conversa de
café" disse já que esse balcão bem pode passar a funcionar na
Câmara ou noutro qualquer edifício de serviços públicos, enquanto
também eles não encerrarem, ou então até mesmo noutro qualquer
escritório de serviços jurídicos (enquanto os houver) no âmbito de um acordo com o
ministério da justiça, bastando para tanto ter um computador com
acesso à plataforma que gere os processos judiciais.
Mas, irremediavelmente,
tal decisão fecha o Tribunal, diga-se o que se disser, mesmo que,
esporadicamente, por ventura, um julgamento fosse feito nestas
instalações.
Vários autarcas e
comunidades por esse país fora têm manifestado publicamente o seu
repúdio a tal medida, anunciando iniciativas diversas contra a
mesma.
Para nós parece estar tudo bem.
Por outro lado, se há
uns anos atrás havia uns "fiscais de obras" por conta
própria na vila de Castro Daire lamentando-se e criticando, algumas
vezes com razão, o mau acabamento das obras de pavimentação
realizadas no centro da vila, passados uns pares de anos parece que
tudo acabou em bem, apesar de agora se verem ainda algumas das
situações antigas por resolver e outras novas ainda piores do que
as anteriores.
Mas, porque o cheiro é
de primavera, não importa.
Assim, quando se faz algo
não em virtude do interesse do vizinho mas apenas do próprio, como
é costume dizer-se, logo que o nosso interesse esteja atendido tudo
o resto pouco vale, estará bem.
Neste ambiente de
contentamento Castro Daire festeja, celebra mais um dia do autarca,
mas mantém estradas municipais principais com buracos e mais
buracos, mantém a nacional nº 2 no lugar da Soalheira estrangulada,
não faz obras que antes reclamava como prioritárias, etc, etc.
Claro que tudo isto, o
que não for bom, é por culpa dos outros, dir-se-á.