Cortes. Sim, cortes e não
Cortes. Sim, tesouradas e não qualquer encontro de influentes
políticos.
Cortes necessários,
dizem uns, erros de governação dizem outros.
Mas, a verdade é que as
notícias hoje neste país passam irremediavelmente por transmitir
essas decisões políticas, cada vez mais humilhantes para a maioria
da população portuguesa, enquanto que os famosos gastos intermédios
ou não tão necessários do Estado continuam por cortar.
Sabemos que é uma crise
económica profunda. Sabemos que andamos anos a viver à custa de
empréstimos estrangeiros.
Mas não sabíamos que os
empréstimos implicam pagar juros?
E com que critérios se
fizeram adjudicações e mais adjudicações de obras públicas,
muitas delas por ajuste direto sem obtenção de qualquer orçamento
alternativo?
Creio que enquanto
Portugal e outros países europeus decidiram gastar o dinheiro que
tinham e o que não tinham em "folclores", outros
apostaram na produtividade das suas empresas.
Hoje a diferença está à
vista.
Nós consumimos cada vez
menos, mas continuamos a consumir o que outros produzem.
Somos muitas vezes
acusados de fraca produtividade, de falta de competitividade.
Mas o exemplo continua a
vir de cima.
Qual será a
produtividade da maioria das nossas instituições políticas?
Será o orçamento
destinado à Presidência da República adequado às exigências do
momento e às capacidades financeiras do país?
Será o orçamento
destinado à Assembleia da República adequado às exigências do
momento, às capacidades financeiras do país e à atual produção
concreta dos trabalhos parlamentares?
Será necessário à boa
decisão política os enormes gastos em consultadoria, seja por via
de carradas de assessores, seja por via de pareceres? Ou
demonstra esse facto a total impreparação técnica dos governantes?
Terão todos os
consultores mais experiência e saber que os governantes?
A ser assim algo vai mal
neste reino!
Estaremos, sem qualquer
dúvida, a precisar de novas Cortes, mas não de novos cortes!
Mas, pior do que isso, é
que não se vislumbra, por certo, novos príncipes capazes de
reinarem contra esta maré, antes pelo contrário.
Reestruture-se o que for
necessário. E diga-se sem qualquer receio de o dizer que há muito
para reestruturar.
Mas faça-se com
sensatez, com razão de ser, com igualdade de tratamento, iniciando o
exemplo por quem decide e por quem está a absorver os milhões em
que dia a dia cada vez mais nos endividamos.
Facilite-se
a produção em vez de constranger cada vez mais quem quer produzir.
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