sexta-feira, 10 de maio de 2013

Cortes



Cortes. Sim, cortes e não Cortes. Sim, tesouradas e não qualquer encontro de influentes políticos.
 
Cortes necessários, dizem uns, erros de governação dizem outros.
 
Mas, a verdade é que as notícias hoje neste país passam irremediavelmente por transmitir essas decisões políticas, cada vez mais humilhantes para a maioria da população portuguesa, enquanto que os famosos gastos intermédios ou não tão necessários do Estado continuam por cortar.
 
Sabemos que é uma crise económica profunda. Sabemos que andamos anos a viver à custa de empréstimos estrangeiros.
 
Mas não sabíamos que os empréstimos implicam pagar juros?
 
E com que critérios se fizeram adjudicações e mais adjudicações de obras públicas, muitas delas por ajuste direto sem obtenção de qualquer orçamento alternativo?
 
Creio que enquanto Portugal e outros países europeus decidiram gastar o dinheiro que tinham e o que não tinham em "folclores", outros apostaram na produtividade das suas empresas.
 
Hoje a diferença está à vista.
 
Nós consumimos cada vez menos, mas continuamos a consumir o que outros produzem.

Somos muitas vezes acusados de fraca produtividade, de falta de competitividade.

Mas o exemplo continua a vir de cima.

Qual será a produtividade da maioria das nossas instituições políticas?

Será o orçamento destinado à Presidência da República adequado às exigências do momento e às capacidades financeiras do país?

Será o orçamento destinado à Assembleia da República adequado às exigências do momento, às capacidades financeiras do país e à atual produção concreta dos trabalhos parlamentares?

Será necessário à boa decisão política os enormes gastos em consultadoria, seja por via de carradas de assessores, seja por via de pareceres? Ou demonstra esse facto a total impreparação técnica dos governantes?

Terão todos os consultores mais experiência e saber que os governantes?

A ser assim algo vai mal neste reino!

Estaremos, sem qualquer dúvida, a precisar de novas Cortes, mas não de novos cortes!

Mas, pior do que isso, é que não se vislumbra, por certo, novos príncipes capazes de reinarem contra esta maré, antes pelo contrário.

Reestruture-se o que for necessário. E diga-se sem qualquer receio de o dizer que há muito para reestruturar.

Mas faça-se com sensatez, com razão de ser, com igualdade de tratamento, iniciando o exemplo por quem decide e por quem está a absorver os milhões em que dia a dia cada vez mais nos endividamos.

Facilite-se a produção em vez de constranger cada vez mais quem quer produzir.

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