Por razões várias, está
o país na situação económica que está.
Parte da responsabilidade
desta situação foi gerada com a realização de obras públicas
subsidiadas pela Europa, para cuja despesa não comparticipada houve
necessidade de pedir empréstimos.
Isto é: Fizeram-se obras
e mais obras com dinheiro em parte dado e em parte emprestado, a
juros, obras essas não destinadas propriamente ao aumento da
capacidade produtiva mas sim, essencialmente, em benfeitorias não
necessárias e muitas vezes mesmo sem qualquer utilidade.
Filosofia de governação essa que apesar
de tudo continua no trabalho desenvolvido, senão em todos, pelo
menos em parte dos autarcas, como se não soubessem o que fazer à
abundância de verbas com que vivem!
Ora, refiro-me,
designadamente, a diferentes obras que estão a ser executadas, por
exemplo, nestes três concelhos vizinhos: Lamego, Castro Daire e S.
Pedro do Sul.
Lamego desfez todo o
pavimento da praça central e respetivos acessos para o refazer de
seguida, com material idêntico, mas dando-lhe um novo aspeto.
S. Pedro do Sul fez
idêntica intervenção no arruamento junto do jardim central.
Castro Daire, está a
duplicar, num mini troço, sem ligação a coisa alguma semelhante,
uma estrada normal, sem qualquer necessidade de tal obra.
No entanto, quando
terminarem estas obras, foram centenas de milhares de euros, senão
mais de um milhão de euros não comparticipados gastos e pagos por
nós através dos impostos com que o governo nos sobrecarrega.
Assim, enquanto for
possível com as verbas dos nossos impostos pagar as egocentricidades
de alguns, não haverá reforma que nos valha.
Exemplos estes que nos
fazem pensar, de verdade, quem é que deve decidir que obras fazer a
nível de todo o país.
Não seria mais prudente,
em tempos de crise como esta, obrigar o governo a que todos as obras
públicas acima de certo valor, antes de aprovadas, tivessem de
apresentar uma cabal motivação através da qual se pudesse perceber
quais os objetivos e necessidades que a mesma iria satisfazer?