As europeias
Aproximam-se a passos
largos as próximas eleições europeias.
Parece-nos algo estranho
onde as campanhas eleitorais já pouco dizem, seja por novidades não
terem e por verdades não dizerem.
É mais um ritual de um
regime que continua a dizer-se ser o melhor, é certo, mas que por
instalado e acrítico, continua cada vez mais afastado da atenção e
do carinho do povo eleitor.
Um dia eleitoral que para
muitos talvez nem seja lembrado como tal, passando despercebido face
aos seus problemas e afazeres do dia a dia, num país em que tudo
parece ser feito ao contrário do que se anuncia.
De útil, estas próximas
eleições talvez tenham algo para os candidatos que vierem a ser
eleitos, em face dos diferentes rendimentos de que irão beneficiar,
assim como pela experiência nova, para aqueles que o for, de fazer
política fora do país, num círculo multifacetado, seja de culturas
e vivências, seja de forma de encarar a economia do dia a dia.
Nesse círculo, onde
chegam de todos os países integrantes da UE e de todos os quadrantes
políticos, onde cada um é eleito pelo país e não pelo distrito ou
concelho, certamente que será possível ver de outro modo a forma da
evolução económica do país de origem e dos vizinhos, permitindo
comparar diferentes perspectivas de encarar e de executar o
desenvolvimento individual e coletivo.
Eleições estas que
coincidem, estou certo disso, com um momento em que muitos
portugueses que se deêm ao trabalho de ir votar o farão com um
forte cruzamento de sentimentos perante esse acto de assinalar uma
cruz num boletim de voto.
O único acto e momento,
aliás, em que o tal povo soberano o é.
Uma soberania
instantânea, algo que tão de repente chega e se vai, num abrir e
fechar de olhos, para depois disso não ter volta a trás,
arrependimento ou correcção.
Mas são as regras, as
regras que o povo soberano tem de cumprir, porque nisto de votar ou
não votar, não há promessas, não há contratos, não há
compromissos, não há palavra. Há sim propaganda, folclore e
nalguns casos intimidação.
Mas, se o povo é
soberano, devia sê-lo no acto de votar e na competência para exigir
um plano de governação e para fazer cumprir esse mesmo plano.
Não sei se será por aí
que a democracia alguma vez queira evoluir, porque como está estará
melhor para quem lá está.