Há quem diga que Agosto é o primeiro mês do inverno.
A ser assim, estes últimos dias têm confirmado essa consciência popular, sabedora de que se aproxima a época das colheitas, tantas vezes ingrata para quem durante vários meses tratou com carinho e suor as plantações que realizara na época própria.
E, mais ou menos resignados, a verdade é que, temos de nos convencer que só terminando um ciclo da vida se começa outro. A esperança de um novo ciclo começa exactamente no momento em que interiorizamos que o actual está a chegar ao fim.
E, esta consciência de fim de época normalmente não surge repentinamente, mas sim em virtude de diversos sinais que o dia a dia nos trás, nos dá a conhecer, nos permite viver.
É a falta de perspectivas em qualquer mudança, o acumular de atitudes que já não surpreendem, um “vira o disco e toca o mesmo”, como também muitas vezes, apropriadamente, se diz, teimando em práticas e rituais que começam por cansar, desinteressar e acabam mesmo por desagradar, levar ao tédio, senão mesmo ao repúdio.
Assim, apesar de sermos animais de hábitos, de gostarmos de conservar usos e costumes, o mundo tem evoluído de forma extremamente rápida, criando oportunidades ímpares e também desgraças irremediáveis.
Felizes os que souberem aproveitar as oportunidades que lhes são oferecidas, já assim rezam os textos antigos, livros de sabedoria confirmada pela experiência milenar.
E os exemplos sucedem-se. Vêem-nos quem os quer ver.
Um tema, certamente, merecedor de reflexão por todos nós, sociedade em geral, “donos do poder e de parte do mundo – já que em boa parte ainda há mandadores senhores de todos”, mas que muitas vezes, sem saber, o usamos da forma mais errada que queríamos, contrariando os objectivos que tínhamos em vista, ou, por falta de oportunidade, nos vemos confrontados com a necessidade de o usar da forma que não queríamos.
Neste fim de verão, num qualquer recanto esquecido, depois de férias passadas, gozadas ou não, avizinha-se novo ano de trabalho, novo inverno para uns, nova primavera para outros, um novo ciclo de vida para quem for capaz de perspectivar novos objectivos a alcançar.
É a vida, dizem uns, há que trabalhar, dirão outros.
Enfim, como diz um amigo meu, far-se-á o que se puder.