Hoje, 15 de Setembro de
2014 começa a nível nacional o novo ano escolar tendo como sinal
característico dos últimos anos o fecho de mais umas centenas de
escolas.
Esta ideia de fechar
escolas do ensino básico, ex escolas primárias, símbolo que foram
de uma vontade governativa de levar a educação à população que
se queria que povoasse o interior do país, começou por ter uma
tendência inversa devido à falta de crianças nas aldeias do
interior do país, mas rapidamente passou a uma política de
desestruturação de todo o tecido escolar básico do país.
Começou-se à
experiência a fechar as escolas que tivessem poucos alunos, não se
justificando, de facto, que um professor tivesse de dar aulas a
apenas um ou dois alunos.
Mas a par disso, criando
expectativas de que o novo número mínimo de alunos por escola
fixado se ira manter obrigaram-se as autarquias a fazer obras nas
escolas de acolhimento.
No ano seguinte,
alterando o objectivo inicial, fixou-se novo mínimo de alunos e
fecharam-se mais umas tantas escolas, incluindo algumas daquelas que
sofreram obras de requalificação para acolherem alunos vindos de
outras aldeias, levando a requalificar as que ficavam abertas para
acolher ainda mais alunos.
Mas, não ficando por aí,
a seguir fixou-se novamente um outro número mínimo de alunos por
escola e acenou-se, então, às autarquias com dinheiro para
construirem novos centros educativos capazes de acolherem dezenas e
dezenas de alunos, senão mesmo centenas de alunos!
Todos os municípios, ou
quase todos, embandeiraram desde logo como objectivo político, a
construção de vários centros educativos, com ou sem justificação,
porque o que importava era fazer obra que enchesse o olho e
esvaziasse os cofres do município.
Contudo, feitos os
centros educativos, porque agora o número mínimo de alunos por
escola já vai nos 21, não sabendo eu porque não hão-de ser 22, 25
ou 30, começam já esses fabulosos sorvedores de dinheiros públicos
a fechar por falta de crianças.
Hoje, neste começo de
novo ano escolar surge como mais um exemplo destes: O encerramento da
escola básica da aldeia de Monsanto no concelho de Idanha a Nova
requalificada este ano com obras que custaram cem mil euros, tendo
sido inaugurada em Junho e tendo estado a funcionar apenas uma semana
até ao fim do ano escolar, já não reabrindo hoje!
Os alunos a que se
destinava vão agora percorrer diariamente cinquenta quilómetros
para irem aprender a ler e a escrever!
Não sei quantos Centros
Educativos já fecharam ou estão em vias de fechar.
Mas quem responde por
este esbanjamento de dinheiros públicos gastos apenas em virtude de
decisões governativas desgarradas de qualquer política de
planeamento e estudo prévio que esclarecesse e apontasse uma
evolução coerente a médio prazo das necessidades de
infraestruturas educativas?
E que critérios são
para manter sobre o que deve ser e como funcionar o ensino básico?
Porque não há-de haver
na lei a previsão de responsabilidade pessoal dos políticos que
tomam tais decisões manifestamente irresponsáveis, casuísticas,
esbanjadoras dos dinheiros públicos que tanta falta faz à
população, postas em prática de forma inesperada, sem qualquer
fundamento num plano previamente ponderado, aprovado e conhecido de
todos?
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