Após uma semana do
inicio do novo ano judicial, a confusão está instalada no sistema
judiciário.
Há regras em vigor sobre
a entrega de requerimentos e documentos aos processos, mas o meio de
entrega previsto por lei (electrónico) não funciona, o Ministério
da Justiça não reconhece o não funcionamento e os prazos correm
alheios a tudo isso!
Após uma semana ainda
não se sabem quais os novos números atribuídos aos processos
pendentes, nem se sabe a que juiz ou juízo foram atribuídos, para
que no envio de requerimentos se possa identificar a quem se dirige
esse mesmo requerimento.
Numa altura em que a
economia continua mergulhada numa situação de verdadeira recessão,
de cobrança desenfreada de impostos, esta reforma que inicialmente
se impunha como medida para reduzir despesa pública, está a
absorver a cada dia que passa elevadas somas de dinheiros públicos
para assegurar instalações que não eram necessárias, serviços
que não eram necessários e despesas ocasionadas com a mobilidade de
funcionários que não eram necessárias nem fazem qualquer sentido,
além de aumentos de diversos ordenados com a promoção de
funcionários a novos cargos antes não existentes.
Afinal, uma reforma que
em vez de economizar esbanja dinheiro público, em vez de simplificar
o funcionamento do sistema complica esse funcionamento e acesso ao
mesmo, em vez de criar melhores condições de trabalho aumenta a
precariedade das condições de trabalho que existiam.
Tudo isso sem se saber ao
certo porquê, a não ser o resultado mais visível até hoje que foi
o de encerrar diversos tribunais nas localidades do interior do país
onde a mobilidade das pessoas é cada vez menor.
Neste momento todos os
agentes do sistema judiciário estão preocupados com o desenrolar
dos acontecimentos, desde juízes a funcionários dos tribunais,
apenas parecendo que só o Governo e a Assembleia da República não
sentem essa preocupação.
De facto, se esta medida
foi implementada por este Governo, apesar da ideia original não ser
dele, em verdade, se não fosse a seu gosto podia tê-la alterado,
melhorando-a substancialmente ou pura e simplesmente abandonando-a.
Contudo, sabe-se que com
um ou outro pormenor, os partidos da governação em Portugal têm
todos o mesmo sentido de orientação: reduzir serviços públicos no
interior do país, desertificar, reduzir o povoamento, concentrar a
população em três ou quatro pontos do país!
Por isso, não gastem o
latim com desculpas da Troika, nem o nosso dinheiro com
medidas totalmente incongruentes, injustificadas e lesivas dos
interesses colectivos de cada comunidade.
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